Jorge
Carvalho do Nascimento*
É
mundial o fenômeno de redução do impacto da mídia impressa, da TV e do rádio, pari-passu
ao crescimento da importância das plataformas multimídia, especialmente das
chamadas redes sociais. A este processo estão submetidos os colunistas sociais
em atividade no Brasil, aí incluídos os que atuam no Estado de Sergipe.
Talvez,
uma das exceções a este processo seja a colunista social Thais Bezerra, que
depois de 42 anos de atividade continua publicando o seu caderno semanal no
Jornal da Cidade, em Aracaju, liderando as vendas da mídia impressa no Estado
de Sergipe e mantendo um público leitor fiel que se renova anualmente e
incorpora parcelas significativas de leitores jovens.
Por
esta razão, a jornalista Madalena Sá, também colunista social, coloca o nome de
Thais Bezerra como o mais importante em toda a história do colunismo social em
Sergipe e um dos mais importantes dentre os jornalistas brasileiros que se
dedicam ao gênero coluna social.
Na
lista elaborada por Madalena e encabeçada por Thais, também aparecem alguns outros
nomes importante, como Ritinha Fon. Este era o pseudônimo usado conjuntamente
pelos jornalistas Fernando Sávio e Antônio Piuga para assinar a coluna social
do semanário alternativo Folha da Praia, que começou a circular em Sergipe no
ano de 1981 e foi publicado até este ano de 2020, o da morte do seu fundador,
jornalista e poeta Antônio do Amaral Cavalcante. Ritinha Fon fazia uma coluna
social debochada e irônica, que muitas vezes desconceituava pessoas e eventos
que as demais colunas sociais tomavam com muita seriedade.
Na
mesma relação, além de Thais Bezerra e Ritinha Fon aparece João de Barros, o
Barrinhos, um jornalista, agitador cultural e produtor de eventos que marcou a
mídia sergipana, principalmente os jornais Diário de Aracaju e Jornal da Cidade
durante as décadas de 70 e 80 do século XX.
Barrinhos
promoveu muitos eventos sociais, sempre com uma postura vanguardista. Além de
marcar o colunismo na mídia impressa, em Sergipe foi o primeiro jornalista a
fazer coluna social na TV. Outra marca da sua atuação foi haver se dedicado a
prática da filantropia, tendo fundado a Ação Solidária Santo Antônio, em São
Cristóvão, para receber moradores de rua.
A
lista de Madalena Sá conta com Thais Bezerra, Ritinha Fon, João de Barros (Barrinhos),
Cristina Souza e Roberto Lessa. Este último assinava a coluna LEROS &
BOLEROS e sucedeu a colunista Ritinha Fon, no jornal Folha da Praia. Na lista
também aparecem os nomes de João Barreto Neto e Márcio Lyncoln.
João
Barreto Neto foi responsável, na Gazeta de Sergipe pelas colunas GENTE e GENTE
GENTÍSSIMA. Colunista social, jornalista e produtor cultural, João Barreto Neto
fez várias parcerias de trabalho com João de Barros. Juntos, também produziram
muitos eventos. Márcio Lyncoln foi titular do caderno OLHO VIVO, no jornal semanário
Cinform, e atualmente assina o blog BACANUDOS.
Na
lista dos melhores colunistas sociais de Sergipe, segundo Madalena, não pode
faltar o nome de Pedrito Barreto. “Pedrito é colunista. Nasceu para ser colunista.
Muito preparado, é um bom mestre de cerimônias. Conhece todas as pompas. Fez
todos os cursos de etiqueta. Eu acho que ele tem tudo”.
Na
relação está por fim o nome da jornalista Sacuntala Guimarães. Para Madalena
Sá, Sacuntala faz um bom colunismo social, tem bom domínio da Língua Portuguesa,
é fluente em Inglês e também tem ótimo domínio da Língua Francesa. “É uma
pessoa viajada, é uma pessoa muito bem preparada”.
Dentre
os colunistas mais jovens, que pertencem a era das mídias digitais, Madalena Sá
acrescenta à lista o nome de Luxo Azul, um blogueiro que faz colunismo social
com características inovadoras. É um colunista que conhece as pessoas e as agitações
dos mais jovens na cidade de Aracaju, seu público preferencial. Luxo Azul é o
pseudônimo de Flávio Gonçalves.
Para
Madalena Sá, é válido que o jornalista seja ácido, sarcástico e algumas vezes
coloque uma pitada de mau humor nos seus comentários, quando for pertinente,
mas tudo em doses homeopáticas.
Segundo
a jornalista, há colunistas que não se deve ler. “Meu avô, que era escritor,
poeta, dizia muito para mim: leia sempre algo que vai lhe acrescentar, para você
não emburrecer. Algumas vezes você lê determinada coisa e acaba criando até
jargão que você não quer ter. Alguns usam muita nota cifrada e isto me dá
agonia também de ler. Isto não cabe mais. Ou você pode publicar ou você não
publica”
Para
fazer jornalismo de coluna social, ensina Madalena, é necessário “ter vontade
de conhecer pessoas, porque muitas vezes as pessoas não têm dinheiro, mas têm
talento. Ter talento é muito mais importante para o colunismo social do que o
dinheiro. É isto que eu sempre falei na minha coluna. Ter talento, fazer alguma
coisa, ter algum dom, é mais importante do que ter dinheiro para o colunismo
social. É muito mais importante você falar de tal artista, da pessoa que faz
aquilo do que da pessoa que tem dinheiro. Muitas vezes, a pessoa tem dinheiro e
não tem nada mais do que isto”.
*Jornalista,
professor, doutor em Educação, membro da Academia Sergipana de Letras e
presidente da Academia Sergipana de Educação.
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