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PARA ONDE VAI A COLUNA SOCIAL? XXIII

                                                         Sacuntala Guimarães


 

Jorge Carvalho do Nascimento*

 

 

É mundial o fenômeno de redução do impacto da mídia impressa, da TV e do rádio, pari-passu ao crescimento da importância das plataformas multimídia, especialmente das chamadas redes sociais. A este processo estão submetidos os colunistas sociais em atividade no Brasil, aí incluídos os que atuam no Estado de Sergipe.

Talvez, uma das exceções a este processo seja a colunista social Thais Bezerra, que depois de 42 anos de atividade continua publicando o seu caderno semanal no Jornal da Cidade, em Aracaju, liderando as vendas da mídia impressa no Estado de Sergipe e mantendo um público leitor fiel que se renova anualmente e incorpora parcelas significativas de leitores jovens.

Por esta razão, a jornalista Madalena Sá, também colunista social, coloca o nome de Thais Bezerra como o mais importante em toda a história do colunismo social em Sergipe e um dos mais importantes dentre os jornalistas brasileiros que se dedicam ao gênero coluna social.

Na lista elaborada por Madalena e encabeçada por Thais, também aparecem alguns outros nomes importante, como Ritinha Fon. Este era o pseudônimo usado conjuntamente pelos jornalistas Fernando Sávio e Antônio Piuga para assinar a coluna social do semanário alternativo Folha da Praia, que começou a circular em Sergipe no ano de 1981 e foi publicado até este ano de 2020, o da morte do seu fundador, jornalista e poeta Antônio do Amaral Cavalcante. Ritinha Fon fazia uma coluna social debochada e irônica, que muitas vezes desconceituava pessoas e eventos que as demais colunas sociais tomavam com muita seriedade.

Na mesma relação, além de Thais Bezerra e Ritinha Fon aparece João de Barros, o Barrinhos, um jornalista, agitador cultural e produtor de eventos que marcou a mídia sergipana, principalmente os jornais Diário de Aracaju e Jornal da Cidade durante as décadas de 70 e 80 do século XX.

Barrinhos promoveu muitos eventos sociais, sempre com uma postura vanguardista. Além de marcar o colunismo na mídia impressa, em Sergipe foi o primeiro jornalista a fazer coluna social na TV. Outra marca da sua atuação foi haver se dedicado a prática da filantropia, tendo fundado a Ação Solidária Santo Antônio, em São Cristóvão, para receber moradores de rua.

A lista de Madalena Sá conta com Thais Bezerra, Ritinha Fon, João de Barros (Barrinhos), Cristina Souza e Roberto Lessa. Este último assinava a coluna LEROS & BOLEROS e sucedeu a colunista Ritinha Fon, no jornal Folha da Praia. Na lista também aparecem os nomes de João Barreto Neto e Márcio Lyncoln.

João Barreto Neto foi responsável, na Gazeta de Sergipe pelas colunas GENTE e GENTE GENTÍSSIMA. Colunista social, jornalista e produtor cultural, João Barreto Neto fez várias parcerias de trabalho com João de Barros. Juntos, também produziram muitos eventos. Márcio Lyncoln foi titular do caderno OLHO VIVO, no jornal semanário Cinform, e atualmente assina o blog BACANUDOS.

Na lista dos melhores colunistas sociais de Sergipe, segundo Madalena, não pode faltar o nome de Pedrito Barreto. “Pedrito é colunista. Nasceu para ser colunista. Muito preparado, é um bom mestre de cerimônias. Conhece todas as pompas. Fez todos os cursos de etiqueta. Eu acho que ele tem tudo”.

Na relação está por fim o nome da jornalista Sacuntala Guimarães. Para Madalena Sá, Sacuntala faz um bom colunismo social, tem bom domínio da Língua Portuguesa, é fluente em Inglês e também tem ótimo domínio da Língua Francesa. “É uma pessoa viajada, é uma pessoa muito bem preparada”.

Dentre os colunistas mais jovens, que pertencem a era das mídias digitais, Madalena Sá acrescenta à lista o nome de Luxo Azul, um blogueiro que faz colunismo social com características inovadoras. É um colunista que conhece as pessoas e as agitações dos mais jovens na cidade de Aracaju, seu público preferencial. Luxo Azul é o pseudônimo de Flávio Gonçalves.

Para Madalena Sá, é válido que o jornalista seja ácido, sarcástico e algumas vezes coloque uma pitada de mau humor nos seus comentários, quando for pertinente, mas tudo em doses homeopáticas.

Segundo a jornalista, há colunistas que não se deve ler. “Meu avô, que era escritor, poeta, dizia muito para mim: leia sempre algo que vai lhe acrescentar, para você não emburrecer. Algumas vezes você lê determinada coisa e acaba criando até jargão que você não quer ter. Alguns usam muita nota cifrada e isto me dá agonia também de ler. Isto não cabe mais. Ou você pode publicar ou você não publica”

Para fazer jornalismo de coluna social, ensina Madalena, é necessário “ter vontade de conhecer pessoas, porque muitas vezes as pessoas não têm dinheiro, mas têm talento. Ter talento é muito mais importante para o colunismo social do que o dinheiro. É isto que eu sempre falei na minha coluna. Ter talento, fazer alguma coisa, ter algum dom, é mais importante do que ter dinheiro para o colunismo social. É muito mais importante você falar de tal artista, da pessoa que faz aquilo do que da pessoa que tem dinheiro. Muitas vezes, a pessoa tem dinheiro e não tem nada mais do que isto”.

 

 

*Jornalista, professor, doutor em Educação, membro da Academia Sergipana de Letras e presidente da Academia Sergipana de Educação.
 

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