Jorge Carvalho do Nascimento* Aos 56 anos, Orozimbo já fizera fortuna suficiente para não mais trabalhar viajando como mascate. Bastava-lhe gerenciar os seis mascates que trabalhavam para ele, viajando pelo interior da Paraíba, do Ceará, do Rio Grande do Norte, de Pernambuco e Alagoas, cada um tocando 10 mulas abarrotadas de mercadorias. A tropa da qual Orozimbo era proprietário tinha no total 60 mulas. A sede dos seus negócios ficava em Campina Grande, onde numa propriedade dos arredores do espaço urbano estavam os currais, o pasto e os depósitos abarrotadas de mercadorias importadas da Europa e dos Estados Unidos da América, além de muita bugiganga produzida no Rio de Janeiro. Orozimbo morava num palacete da privilegiada Praça da Independência, em João Pessoa, espaço de residência dos milionários paraibanos. A casa era cercada por varandas amplas e no seu interior duas grandes salas de visita demonstravam o poderio econômico da família que ali vivia. A sala de
Por Nilson Socorro* O governo federal anda às turras com o funcionalismo em campanha salarial. Até agora, a proposta é de reajuste zero em 2024, mas, para encher os olhos, promete elevação generosa de benefícios que não se incorporam a remuneração salarial e não tem reflexos para os proventos na aposentadoria. Pela proposta, o auxílio alimentação passará de R$ 658,00 para R$ 1.000,00, a contrapartida dos planos de saúde de R$ 144,00 para R$ 215,00 e o auxílio creche de R$ 312,00 para R$ 484,90. Estima o governo que esses aumentos representam 51,06% de reajuste nos benefícios. A frustração do funcionalismo com o posicionamento do governo federal tem motivado a paralisação de alguns setores. É o caso da educação com o fechamento de universidades e institutos federais. Eles, já de forma explícita, como os demais segmentos, não aceitaram o reajuste zero em 2024, percentual que faz parte da proposta governamental de reestruturação das carreiras, com a concessão de 19,03% de reajuste s