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O CENSO ESCOLAR DE 2020 E A POLÍTICA EDUCACIONAL DE JACKSON BARRETO

                                               Fonte: Censo Escolar 2020

 

 

Jorge Carvalho do Nascimento*

 

 

Em política educacional os resultados são colhidos sempre em médio e longo prazo. Nunca é possível aferir de imediato os acertos. Por isto, com a divulgação dos resultados do Censo Escolar 2020, o governador Jackson Barreto tem muito a comemorar em face do sucesso da sua gestão educacional, entre janeiro de 2015 e abril de 2018. Em face do acerto da política educacional daquele período, o Estado de Sergipe passou a ocupar agora a quinta posição do ranking nacional em oferta de ensino médio integral na escola pública. Desde 2015 Sergipe vem avançando de modo significativo na qualidade do ensino médio que oferece, conforme as duas últimas avaliações apuradas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB.

Enquanto a média brasileira de oferta de ensino médio integral na rede pública atualmente é de 14 por cento, em Sergipe tal oferta atingiu a marca dos 23,3 por cento. Este bom desempenho é o resultado da política educacional implantada durante a gestão do governador Jackson Barreto de Lima, entre 2015 e 2018.

No Brasil, apenas quatro Estados ofertam uma matrícula de ensino médio integral maior que a do Estado de Sergipe: Pernambuco (54,6%), Paraíba (45,9%), Ceará (30,8%) e Alagoas (25,3%). 20 Estados e o Distrito Federal possuem desempenho inferior ao da rede pública estadual sergipana.

Os dados divulgados pelo Censo Escolar 2020 já estavam anotados anteriormente em estudos realizados pelo Instituto Natura e divulgados pela ONG Todos pela Educação. O modelo tem oferecido resultados da maior importância para os estudantes sergipanos do ensino médio e representam muito mais do que uma simples ampliação do tempo de permanência do aluno na escola, como muitas vezes imagina o senso comum.

A implantação do projeto foi realizada pela gestão do governador Jackson Barreto, que enfrentou com tenacidade a incompreensão de alguns agrupamentos políticos e de interesses corporativos exacerbados. Todavia, foi muito importante o apoio recebido por parte do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual que examinaram e deram respaldo ao projeto do Governo do Estado de Sergipe.

Em apenas quatro anos de funcionamento (2016-2020), o projeto implementado pelo governador Jackson Barreto e mantido pela atual gestão estadual mudou radicalmente para melhor as condições de funcionamento das escolas de ensino médio sergipanas. É importante salientar que no início da gestão de Jackson, em 2015, Sergipe ocupava uma das últimas posições do ranking brasileiro quanto a oferta de ensino médio integral, com cerca de um por cento da matrícula.

Ao assumir em 2015, Jackson estava incomodado com as condições de funcionamento não muito boas do Centro de Excelência Atheneu Sergipense, o mais antigo estabelecimento de ensino público sergipano, criado em 1870, do qual ele fora aluno. O Atheneu era uma das duas escolas de ensino médio integral da rede pública de Sergipe. A outra era o Centro de Excelência Marco Maciel, localizado no bairro Santos Dumont, que também funcionava muito precariamente.

Além disto, funcionava experimentalmente e sem qualquer apoio e interferência da Secretaria de Estado da Educação uma oferta precária de ensino médio integral no Colégio Estadual Manoel Messias Feitosa, em Nossa Senhora da Glória. A experiência era iniciativa dos próprios professores da instituição de ensino daquele município sertanejo, sem qualquer registro formal, acompanhamento ou avaliação. Formalmente, portanto, apenas duas escolas funcionavam em regime de ensino médio integral.

Alguns técnicos da Secretaria da Educação olhavam para essas instituições com desconfiança e existiam relatórios recomendando que ambas voltassem a funcionar em regime de tempo parcial. Além disto, havia uma declarada oposição ao ensino médio integral liderada pelo movimento sindical docente representado pelo Sintese, o sindicato dos professionais da Educação estatal, que desejava ver encerrado o funcionamento desse tipo de escola na rede pública sergipana.

Ao encerrar sua gestão e transferir o governo ao seu sucessor, Jackson Barreto deixou funcionando em Sergipe 42 escolas estaduais de ensino médio integral, além de mais seis escolas em processo de implantação. Deste modo, todas as nove regiões educacionais do Estado de Sergipe passaram a contar com escolas de ensino médio integral.

Foi muito difícil o processo para aprovar a implantação do ensino médio integral em cada uma dessas escolas. Diferente dos demais Estados, Sergipe inovou durante a gestão do governador Jackson Barreto e a implantação se deu mediante a aprovação prévia pela comunidade escolar.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do Estado de Sergipe – Sintese lutou para impedir a implantação da proposta e foi vencido na maior parte das escolas. A comunidade escolar apostou no projeto apresentado pela gestão do governador Jackson Barreto.

Além de implantar o programa, Jackson obteve junto ao Ministério da Educação cerca de 500 milhões de reais a serem recebidos pelo governo estadual em parcelas semestrais até o ano de 2025. Os recursos são destinados a realizar obras de modernização na infraestrutura das escolas participantes do programa e também a colaborar com parte do custeio da alimentação escolar.

A qualidade do ensino médio oferecido pelas escolas públicas do Estado de Sergipe cresceu durante o governo de Jackson 0,5 pontos na escola do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB medido no final do ano de 2017 e publicado em 2018, um mês depois de Jackson ter deixado o governo.

Foi o melhor desempenho daquele período entre todos os Estados brasileiros. Além de Sergipe, apenas os Estados de Goiás, Rondônia e Alagoas cresceram na mesma ordem de grande numérica em tal escala. Estados que sempre apresentaram uma boa tendência de crescimento, como Espírito Santo, Ceará e Tocantins, cresceram 0,4 pontos na mesma avaliação.

Com isto, pela primeira vez, desde o ano de 2005, quando os índices do IDEB foram divulgados em edição inicial, Sergipe saiu da última colocação no ranking nacional da qualidade do ensino médio por Estado e passou a ocupar a posição de número 23, avançando cinco posições.

A boa política do ensino médio desenvolvida pelo governador Jackson Barreto fez com que o Estado de Sergipe avançasse no que diz respeito a escolarização entre jovens de 15 a 17 anos de idade. A taxa de escolarização dessa faixa etária em Sergipe cresceu de 86,3 por cento em 2016 para 89,1 em 2018, quando Jackson passou a gestão ao seu sucessor.

 

 

*Jornalista, professor, doutor em Educação, membro da Academia Sergipana de Letras e presidente da Academia Sergipana de Educação.
 

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