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LEÃO DIALOGAVA COM AS FAMÍLIAS DOS SEUS ALUNOS

REFLEXÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA MATEMÁTICA EM SERGIPE – PARTE 6

                                                        Leão Magno Brasil   Jorge Carvalho do Nascimento     O professor Leão Magno Brasil chegou ao Atheneu na década de 60 do século XX e foi o principal substituto de Genaro Dantas da Silva quando este passou a se dedicar exclusivamente à carreira docente na Escola Técnica Federal de Sergipe. Leão foi indicado para a vaga e contratado por sugestão do professor Otávio do Espírito Santo, catedrático do Colégio. A dedicação ao trabalho e a qualificação que possuía fizeram com que, em poucos anos, Leão Magno Brasil se transformasse em uma referência no ensino de Matemática em Sergipe, influenciando a formação de uma grande quantidade de jovens sergipanos. O seu sucesso fez com que, em 1982 ele assumisse a direção do Atheneu Sergipense. Os que conviveram com Leão Magno Brasil o descrevem c...
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REFLEXÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA MATEMÁTICA EM SERGIPE – PARTE 5

                                                    Dalva Nou Schneider     Jorge Carvalho do Nascimento     O professor Genaro Dantas Silva chegou ao Atheneu Sergipense no início dos anos 50 do século XX, mais especificamente em 1953, para substituir a professora Dalva Nou Schneider. Dalva, também sofria a influência das ideias sobre Matemática esgrimidas por Petru Stefan, do mesmo modo que Genaro Dantas Silva. Dalva Nou Schneider ingressou no Colégio a convite da sua diretora, Maria Thetis Nunes e foi a substituta de José Rollemberg Leite quando este necessitou se afastar do corpo docente do Atheneu. Além de professora, ela era engenheira civil. Em 1953 ela se afastou do Atheneu por haver migrado para Portugal, em face do seu casamento com um cidadão português. A passagem da professora Dalva pelo Atheneu representou o ato ina...

REFLEXÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA MATEMÁTICA EM SERGIPE – PARTE 4

                                                Genaro Dantas da Silva   Jorge Carvalho do Nascimento     Na metade do século XX, o ensino de Matemática em Sergipe conheceu importantes alterações com a criação, em 1951, da Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe - Fafi. A escola tinha como seu principal objetivo a formação de professores para o ensino secundário. Juntamente com a escola de ensino superior surgiu, no mesmo ano de 1951, o curso de Matemática. Mantida pela Sociedade Sergipana de Cultura, sob controle da Igreja Católica, e liderada pelo padre Luciano Cabral Duarte, a Fafi ofereceu, além do curso de Matemática, os de Geografia e História e Filosofia. Sob a estrutura curricular inicial, os estudantes recebiam uma formação de três anos. Após um triênio, os alunos obtinham o diploma de Bacharel e, se desejassem, continuavam frequentando a Fac...

REFLEXÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA MATEMÁTICA EM SERGIPE – PARTE 3

                                                        José Rollemberg Leite     Jorge Carvalho do Nascimento     Em Sergipe, na década de 30 do século XX, a Matemática era disciplina do ensino secundário em instituições escolares como o Atheneu Pedro II. Naquele período, o professor Abdias Bezerra era catedrático de Matemática. Ele deixou marcas que foram muito importantes para os estudos de Matemática que se seguiram. Abdias Bezerra foi um dos professores que atuou consolidando o termo Matemática em substituição às concepções que predominavam com o antigo ensino de Aritmética. Tal consolidação se estabeleceu definitivamente no período da Reforma Francisco Campos, entre 1938 e 1943. Sob tal Reforma, o ensino de Matemática, principalmente nos cursos complementares que eram oferecidos aos estudantes que pretendiam ingressam no en...

SAMARONE, A CULTURA DE ITABAIANA E O PANTEÃO DOS CRONISTAS

  Jorge Carvalho do Nascimento     Somente ontem sexta-feira, sete de novembro de 2025, recebi o autógrafo de Antônio Samarone de Santana no livro UMA HISTÓRIA CULTURAL DO POVO ITABAIANENSE, de sua autoria. O trabalho começou a circular durante a última Bienal do Livro de Itabaiana, no período de 23 a 26 de outubro. Não compareci a Bienal por haver assumido anteriormente um compromisso acadêmico na Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, durante o mesmo período. Naquela feira de livros, Samarone fez uma sessão de autógrafos colocando em circulação o seu novo trabalho. Acompanho a atividade intelectual de Samarone desde a década de 80 do século XX, quando juntos, eu, ele, Luciano Correia e alguns outros, almoçávamos no centro de Aracaju, em uma churrascaria popular da rua Santo Amaro (não lembro mais o nome da firma) ou no restaurante Simpatia, também popular, na rua Laranjeiras. Estimo o nosso convívio comum (o meu, o dele e o de Luciano Correia) em mais de 40 an...

REFLEXÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA MATEMÁTICA EM SERGIPE – PARTE 2

                                                        Abdias Bezerra     Jorge Carvalho do Nascimento     A primeira preocupação que tinham autores como Samuel de Oliveira e Liberato Bitencourt era a de “satisfazer as exigências da didática moderna” (OLIVEIRA e BITTENCOURT, 1897: I). Para tanto, partiram do pressuposto de que o conhecimento da Matemática, como de resto das demais ciências, requer o seu estudo em quatro partes: teórica, prática, filosófica e histórica. Com base em tal pressuposto, fizeram uma crítica rigorosa dos livros de Matemática em circulação no Brasil, dizendo que neles “a parte prática vem confundida com a teórica, trazendo estas noções filosóficas e históricas, tudo sem distinção” (OLIVEIRA e BITTENCOURT, 1897: II). Sob o espírito dessa crítica, apontaram erros cometidos, inclusive, por adept...

REFLEXÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA MATEMÁTICA EM SERGIPE

    Jorge Carvalho do Nascimento     Tentar entender a trajetória do conhecimento matemático em Sergipe é, fundamentalmente, buscar um rastreamento do que se poderia chamar de Matemática escolar. Pelo menos três instituições escolares marcaram a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX na Província e no Estado: o Liceu Sergipense; o Atheneu Sergipense e a Escola Normal. O primeiro foi implantado em 1862 pelo médico Guilherme Pereira Rabelo, Inspetor-Geral da Instrução, num sistema de cooperação entre o poder público e a iniciativa privada. O presidente da Província, Joaquim Jacinto de Mendonça, assumiu a responsabilidade de pagar o aluguel das casas nas quais seriam ministradas as aulas, além do pessoal administrativo necessário ao funcionamento da instituição, enquanto um grupo de professores assumiu o compromisso de ensinar gratuitamente. O currículo da primeira escola secundária organizada em Aracaju por iniciativa do poder público se assemelh...

A POLÍTICA EDUCACIONAL E O DIÁLOGO SUL-SUL

                                                  Geovana Lunardi     Jorge Carvalho do Nascimento     Passei alguns anos sem participar da Reunião da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação - ANPED. Havia participado do evento pela última vez em 2019, na Universidade Federal Fluminense, em Niterói. Depois da pandemia Covid-19 não fui a nenhuma outra reunião da entidade. Voltei ao encontro neste ano de 2025, no campus da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa. É conhecido por todos os profissionais que se dedicam a pesquisar Educação no Brasil o conjunto de dificuldades vividas durante os quatro anos (2019-2022) nos quais o capitão Jair Bolsonaro exerceu a Presidência da República. Foi um tempo de política errática, com trapalhadas de gestores despreparados e evidências de coisas pouco republicanas apuradas pelas au...

A COLAÇÃO DE GRAU

  As traquinagens de Carla criaram muitos problemas para Sônia durante os três anos nos quais a moça frequentou a  Maison  do Internato do Colégio das Damas da Instrução Cristã. A sua mãe era frequentemente convocada pelas irmãs para ouvir queixas e tentar colocar freios na estudante inquieta. Ela liderava o grupo das moças mais assanhadas que sempre tentavam escapar da vigilância das freiras da Congregação das Damas da Instrução Cristã. Sempre em busca de rapazes para namorar ou dando vazão ao fervilhar dos hormônios de diferentes formas. No internato, exclusivamente feminino, era comum que Carla descobrisse recantos onde ela e as suas amigas mais próximas se livrassem da blusa do uniforme, da chemise e do sutiã e em prática de top less se reunissem para fazer coletivamente a leitura dos livros considerados proibidos pelas normas da instituição escolar. Isto era o mínimo. Carla adorava exibir suas vastas tetas, principalmente diante das colegas de peitos pequenos. Sem ...

A SERGIPANIDADE E A CULTURA DE SERGIPE

                                                Luiz Antônio Barreto       Jorge Carvalho do Nascimento     Gosto do conceito de sergipanidade sintetizado pela professora Aglacy Mary. Ela ensina que “Sergipanidade é o conjunto de singularidades que caracteriza o modo sergipano de lidar com o seu patrimônio — a língua, a arte, a fé, o trabalho, as festas —, bens comuns compartilhados com outros grupos. O que somos está impresso em nossa alma e se expressa através da geografia que nos define, da mistura étnica que nos deu origem, da história que nos constitui, de tudo o que construímos e através daquilo pelo que nos encantamos”. Não obstante o longo debate acerca do conceito de sergipanidade, a data de 24 de outubro somente foi reconhecida formalmente como Dia da Sergipanidade no ano de 2019, quando o projeto de lei 249 apresentado pelo deputado ...