Jorge Carvalho do Nascimento Quando eu ingressei na Pontifícia Universidade Católica – PUC de São Paulo, em 1983, iniciando o Mestrado em Filosofia da Educação, quatro colegas chamavam a atenção de toda turma pelo brilho das posições que assumiam: Paulo Ghiraldelli Junior, Luiz Carlos Barreira, Lino Castellani Filho e Carlos Roberto da Silva Monarccha. Os quatro se transformaram em influentes estudiosos e pesquisadores da Educação brasileira. Um deles, Paulo Ghiraldelli, se desgarrou das reflexões educacionais e ampliou os seus horizontes pelo campo da Filosofia e da Ciência Política. Ocupou significativo espaço nas redes da internet quando os blogs se transformaram em espaço de comunicação relevante. Luiz Carlos Barreira fez uma carreira competente como professor e pesquisador. Lino Castellani, a partir da sua posição de professor e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, exerceu grande influência no campo da História da Educação Física n...
Jorge Carvalho do Nascimento Os humanos costumam fugir da única certeza que a vida nos possibilita: a morte. É ela que efetivamente realiza a lógica da vida. Vivemos para morrer. O problema que se põe para todos nós diz respeito a como morrer. A minha vida, a das pessoas que eu amo, a daqueles que não gostam de mim e dos que eu não aprecio vai acabar. Morreremos. Podemos mitologizar a morte, encontrar uma vida eterna no Hades. Pouco importa se a vida espiritual nos reserva o paraíso ou o inferno. Passaremos pela putrefação da carne ou pelo processo de cremação. O resultado será o mesmo - retornar ao pó. O maior de todos os problemas é o do desembarque. Transformamo-nos em pessoas que interagem menos e gradualmente perdemos a sensibilidade dos afetos. A decadência é dolorosa para os amigos que ficam, do mesmo modo que para os velhos quando são deixados sozinhos. Isolar precocemente os velhos e enfermos é fato recorrente, próprio da fragilidade e das mazelas da socied...