Jorge
Carvalho do Nascimento*
Atualmente
os que ainda gostam de ler jornal fazem assinatura e acessam os periódicos em
edições digitais nas plataformas disponíveis na rede internet. Jornais que no
passado tiveram grandes tiragens impressas como a Folha de São Paulo, O Globo,
O Estado de São Paulo e outros, são agora lidos prioritariamente pela internet.
Além
disto, alguns importantes portais se transformaram em plataformas de notícias muito
consumidas, como é o caso da UOL, G1 e de tantas outras. Algumas de amplitude
nacional e outras de relevância estadual ou regional, a exemplo, no Estado de
Sergipe, dos portais Infonet e Itanet.
Da
mesma maneira, as revistas semanais, que eram veículos informativos e de
opinião relevantes, agora deixaram de ter importância como mídia impressa
vendida em bancas de jornal e entregue na residência dos assinantes.
Contemporaneamente, a leitura desse tipo de periódico como as revistas Veja,
Isto É, Época, Exame e outras é feita também por assinantes nas plataformas
disponíveis na rede mundial de computadores.
Entrevistado
pelo autor deste texto, o jornalista Paulo Roberto Dantas Brandão considera que
esta nova realidade não é a falência do jornalismo. “Isto não significa que o
jornalismo morreu. O jornalismo está lá. O texto bom está lá. O meio é que
mudou. As plataformas da internet, o Facebook, os blogs e o WhatsApp publicam
bons textos”.
Paulo
Brandão afirma que há uma necessidade de estabelecer diferenciações entre o que
é a boa imprensa “e o show de horrores que são as fakenews. Mas, a imprensa
mudou”. De acordo com ele, a nova realidade não impede “a Mônica Bérgamo de ter
uma coluna na internet onde ela publica boas entrevistas, informações de arte,
notícias sobre atrizes presentes em vernissage. Tem muita informação política,
econômica”.
Interpretações
como esta apontam que cada vez mais o velho modelo de coluna social com
fundamento em futricas, notas fúteis vai se perder na maré de registros sem
importância existentes nas inúmeras plataformas da internet como o Instagram,
no Facebook e outras.
Coluna
social, indiscutivelmente, é jornalismo, é espaço no qual sobressaem os bons
jornalistas. Jornalistas ruins existem em todas as editorias e não apenas
fazendo coluna social. No caso da mídia do Estado de Sergipe, o olhar da maior
parte dos jornalistas reconhece o nome de Thaís Bezerra como o mais importante
do gênero na história do jornalismo impresso.
Da
mesma maneira, chama a atenção o fato de Lânia Duarte ser sempre citada como
boa jornalista, não obstante estar distanciada das redações e da publicação de
colunas durante muitos anos. Seu nome é sempre reconhecido como uma boa
jornalista que se dedicou ao gênero coluna social em Sergipe. Ao seu lado, Pedrito
Barreto, um outro importante colunista social.
Paulo
Brandão aponta em todos os jornalistas dedicados ao gênero coluna social o
problema do envelhecimento, a questão do anacronismo. “Começaram a escrever
para um determinado público, esse público foi envelhecendo e eles continuaram
escrevendo para o mesmo público. Era muito interessante, quando as pessoas
tinham 17, 18 anos, mas agora esse pessoal está cinquentão, sessentão e os
colunistas continuam escrevendo para eles, do mesmo modo”.
Sob
o entendimento de Paulo Brandão, há uma dificuldade de renovação dos quadros de
jornalistas que se dedicam ao gênero coluna social. Dentre os nomes relevantes
que se dedicaram a esse tipo de atividade após a descoberta da importância de
Thaís Bezerra, cita a jornalista Madalena Sá.
*Jornalista,
professor, doutor em Educação, membro da Academia Sergipana de Letras e
presidente da Academia Sergipana de Educação.
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