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Mostrando postagens de maio, 2021

PARA ONDE VAI A COLUNA SOCIAL? - LVIII

                                              Clara Angélica     Jorge Carvalho do Nascimento*     Clara Angélica foi convidada por Paulo Roberto Dantas Brandão, diretor da Gazeta de Sergipe, em 1982, para trabalhar no caderno GAZETINHA. Ela assumiu a editoria do suplemento e introduziu colunas como Ecologia, dentre outras. Clara permaneceu dirigindo o caderno até o ano de 1985. Durante a campanha da primeira eleição para prefeito de Aracaju após a ditadura militar, em 1985, ela apoiou a candidatura do então deputado federal Jackson Barreto. “Eu apoiava Jackson e era discurseira nos comícios da periferia da cidade. Fazia discursos inflamados, à época usando minissaias que eram moda. Paulinho me demitiu por causa de uma nota que eu publiquei. Disse que o candidato a prefeito Jackson Barreto caminhava pelas areias da praia de Atalaia com uma charanga e mais de uma centena de seguidores. Foi uma festa na praia. Ao sair da praia avistei o candidato Gilton Garcia solitário, conversando com

PARA ONDE VAI A COLUNA SOCIAL? - LVII

                                                Clara Angélica     Jorge Carvalho do Nascimento*     Os primeiros textos da jornalista Clara Angélica Porto foram publicados pelo jornal A CRUZADA, mantido pela Diocese de Aracaju. Suas produções iniciais eram pequenas crônicas, contos e poemas, sob a orientação da professora Carmelita Pinto Fontes. Nessa fase inicial chegou a publicar um texto na REVISTA DE ARACAJU, periódico criado pelo prefeito da capital do Estado de Sergipe, Godofredo Diniz. Clara Angélica ingressou na GAZETA DE SERGIPE como colunista social sucedendo a também jornalista Ilma Fontes, que era responsável por tal espaço daquele periódico, mas entrou em rota de colisão com o jornalista Ivan Valença, que era o Editor. Na redação do jornal já trabalhava o irmão de Clara, Nino Porto. O convite lhe chegou durante uma festa na Associação Atlética de Sergipe. O próprio Ivan Valença a procurou e deu a informação de que previamente conversara com o seu irmão Nino Porto sobre a

O CÃO DE ZEZA

      Jorge Carvalho do Nascimento*     O processo da Homeopatia normalmente trata os pacientes com doses diluídas de seus compostos terapêuticos, ministradas parcimoniosamente. Médico homeopata, Zeza Vasconcelos, José Vasconcelos dos Anjos na sua certidão de nascimento, quando assume as suas vestes de escritor deixa de lado a mansidão da sua especialidade profissional. A sua pena nos põe diante de uma vigorosa narrativa que retira da letargia, desde a primeira linha, o mais apático dos leitores, com enredos densos, tensos e sedutores. Diversamente da Homeopatia, que sempre busca o equilíbrio, a escrita de Zeza retira o leitor da sua zona de conforto e o coloca no centro de um turbilhão tsunâmico de personagens, fatos e contextos que chocam, mas mostram a vida real tal como ela é, ao estilo da escola bem representada no Brasil por Nelson Rodrigues. Em alguns textos o leitor cambaleia, em outros é nocauteado desde a primeira página. Esta foi a impressão que ele me produziu

BAIANA, SERGIPANA, NORDESTINA: A SANTA DO BRASIL

      Jorge Carvalho do Nascimento*     A primeira brasileira canonizada, nascida Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, conheceu a dor aos sete anos de idade, quando perdeu a mãe, Dulce de Souza Brito, em face de sangramento puerperal que lhe tirou a vida, em 1921. A menina Maria Rita tinha sete anos de idade e a sua mãe era uma jovem de 26. Sua família era bem posicionada socialmente e também do ponto de vista econômico. Maria Rita veio ao mundo no dia 26 de maio de 1914, em uma família religiosa, católica, porém pouco opressiva no modo como educava os filhos. Todavia, cumpriam rigorosamente todos os ritos do catolicismo. Em nome da fé, um ano após a morte da sua mãe, Maria Rita estava frequentando a catequese na Igreja de Santo Antônio Além do Carmo. Aos oito anos de idade recebeu das mãos do monsenhor Elpídio Ferreira Tapiranga, o mesmo sacerdote que a batizou, a sua primeira comunhão. Não eram muito ricos, como já visto, mas Augusto Lopes Pontes, seu pai, era odon

AO AMIGO MÁRIO JORGE

                                                        Mário Jorge - Aracaju - 2014     Jorge Carvalho do Nascimento*     Em julho de 2011 fui nomeado pelo governador Marcelo Deda para presidir a Empresa Pública de Serviços Gráficos do Estado de Sergipe – Segrase (Imprensa Oficial). Sucedi a Luiz Eduardo Oliva, amigo pessoal, jornalista e advogado, que fora convocado pelo chefe do Poder Executivo para assumir o cargo de secretário de Estado da Cidadania e dos Direitos Humanos. Um mês depois, juntamente com Oliva, viajei para o Rio Grande do Norte convocado pela Associação Brasileira de Imprensas Oficiais – ABIO, da qual até então Luiz Eduardo era um dos diretores. A ABIO prestou uma homenagem a Oliva pelos serviços que ele prestara à entidade. Naquela reunião fui apresentado a outros dirigentes e membros da Associação. Fiquei impressionado com todos pela seriedade e pelo elevado nível da discussão dos problemas. Alguns deles me chamara a atenção e ali nasceram muitas relações de amiza

LEMBRANÇAS DO MAESTRO

                                                Jorge Carvalho e Rivaldo Dantas     Jorge Carvalho do Nascimento*     Desde o mês de março do ano passado a maior parte do meu tempo está dividida entre atividades remotas do projeto SERGIPE 200 tocado pela Assembleia Legislativa, do qual tenho participado; reuniões remotas da Academia Sergipana de Letras e da Academia Sergipana de Educação; aulas e conferências on line que ministro sempre que sou convidado; e o silêncio das leituras que faço. O meu status de professor aposentado, depois de um concurso público de provas e títulos e 30 anos trabalhando na Universidade Federal de Sergipe, me permitiu manter os protocolos de distanciamento social recomendados pela Organização Mundial da Saúde – OMS, mesmo antes que o Governo do Estado de Sergipe acertadamente o recomendasse. Sei que muitos gostariam de permanecer em distanciamento, mas não o conseguem pela necessidade de continuar trabalhando para gerar renda e também pela desídia do Estado

PARA ONDE VAI A COLUNA SOCIAL? - LVI

                                              Lara Aguiar     Jorge Carvalho do Nascimento*     A coluna social é um grande negócio empresarial, de acordo com o ponto de vista da jornalista Lara Aguiar. Segundo ela, esta é uma editoria que é predominante voltada a grandes negócios. “Quando você acompanha durante muito tempo um colunista, você sabe de quem ele fala mal e quem ele elogia. Não interessa a ninguém, objetivamente, saber que fulano foi fazer uma viagem a Europa e voltou. Pode ter um ou outro curioso que queira saber. Se a personalidade for muito importante, até desperta a curiosidade do povo. Se noticia isso e se consegue patrocínio para isso”. Lara Aguiar chama a atenção para o fato de que atualmente se reduziu muito a necessidade de ler jornal para ver esse tipo de curiosidade. Quem viaja e quer que todos saibam precisa cada vez menos ocupar os espaços dos jornais e os próprios colunistas sociais também possuem clareza quanto a isto. Há um outro aspecto que também envolve

PARA ONDE VAI A COLUNA SOCIAL? - LV

                                              Lara Aguiar     Jorge Carvalho do Nascimento*     Jornalismo é informação? Jornalismo é negócio? Jornalismo pode ser neutro? A coluna social é jornalismo ou é negócio? Na opinião da jornalista Lara Aguiar, coluna social é um campo especializado do Jornalismo que ganhou o espaço dos veículos de comunicação ao longo do século XX. É uma área que chama muito a atenção do público e isto faz da coluna social algo economicamente bem rentável para os veículos de comunicação. O seu entendimento de coluna social é que tal espaço é uma espécie de vitrine para as empresas e para a afirmação de uma imagem. Por isto, os espaços de coluna social são vendidos por valores elevados. Segundo Lara Aguiar, ela também mudou sua opinião sobre a coluna social. “Com o tempo eu mudei o que eu penso. Eu tinha muito preconceito e achava que nunca iria trabalhar fazendo nada parecido. Eu dizia: isto é futilidade e eu não posso perder meu tempo falando de quem vai passa

PARA ONDE VAI A COLUNA SOCIAL? - LIV

                                              Lara Aguiar     Jorge Carvalho do Nascimento*     A jornalista Lara Aguiar teve a sua primeira experiência de colunista trabalhando no caderno REVISTA DA CIDADE, publicado na edição dos domingos do JORNAL DA CIDADE, em Aracaju. A partir do mês de outubro de 2013 ela trabalhou como repórter, redatora e editora do caderno de 12 páginas. Lara substituiu a jornalista que exerceu a editoria anteriormente, depois que esta resolveu migrar de Aracaju para a cidade do Rio de Janeiro. A REVISTA mantinha várias seções: Saúde, Animal, Gastronomia, Crianças e Moda, dentre outras. Era um grande caderno de variedades que reunia leitores com diferentes perfis. Ademais havia a colaboração de outros colunistas, como o advogado Fausto Leite, responsável pela coluna DATA VENIA. A própria Lara Aguiar era também responsável por um editorial que circulava com o caderno semanalmente. O forte do caderno era uma coluna social especial, voltada exclusivamente para a

A CRIMINALIDADE E A NATUREZA HUMANA

      Jorge Carvalho do Nascimento*     O escritor e médico psiquiatra Francisco Baptista Neto é sergipano nascido em Aracaju. Construiu sua vida como profissional da saúde bem sucedido na cidade de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, mas ainda mantém um estreito círculo de amigos na capital de Sergipe, com o qual se comunica permanentemente. Chiquito Baptista, como é tratado por sergipanos a exemplo de Luiz Daniel Baronto, Carlos Pinna, Joseluce Prudente e outros íntimos é autor de 10 livros de sucesso, alguns em segunda edição, discutindo os problemas do comportamento humano, a partir da sua perspectiva de psiquiatra. Dele, acabei de ler a segunda edição de SOMOS TODOS CRIMINOSOS E DESONESTOS? UM ESTUDO SOBRE A DELINQUÊNCIA, publicado pela Editora Insular numa brochura de 212 páginas, com a quarta capa assinada pela jornalista Deborah Almada, presidente da Associação Catarinense de Imprensa. A apresentação tem como autor o médico psicanalista Luiz Carlos Osório.