Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de junho, 2021

O BICENTENÁRIO, O SESQUICENTENÁRIO E O ECO DE MIGUEL GUSTAVO

    Jorge Carvalho do Nascimento*     Uma dissertação de mestrado de Mislene Vieira dos Santos, defendida na UFS em 2014; um artigo de Lenalda Andrade Santos, de 1995; um outro texto assinado por Terezinha Oliva, Luiz Otávio Cabral e Roseane Soares, de 2008; um estudo de Thereza Feitosa, de 2021; um trabalho de Janaina Cordeiro, de 2006; e, uma tese de doutorado defendida por Sônia Azevedo, na UFPE, em 2009, são importantes referências para compreender as motivações e os sentidos do I Festival de Arte de São Cristóvão, realizado anualmente a partir de 1972 na antiga capital do Estado de Sergipe. A tais análises se soma agora o trabalho O RESGATE MEMORIALÍSTICO DO I FESTIVAL DE ARTE DE SÃO CRISTÓVÃO, I FASC, publicado neste ano de 2021 pela professora e escritora Vera Lúcia dos Santos. A autora é membro da Academia Sancristovense de Letras e Artes. Estampando o selo da editora Artner, o livro de 161 páginas tem orelhas com a assinatura do historiador Adailton Andrade, prefácio do escrit

ANTÔNIO XAVIER DE ASSIS: UM HOMEM, MUITOS HOMENS

                                                            Antônio Xavier de Assis     Jorge Carvalho do Nascimento*     O livro ANTÔNIO XAVIER DE ASSIS: VIDA & OBRA, organizado por Carlos Pinna de Assis e Gilfrancisco, foi publicado em 2020, mas somente agora começa a circular. Artes da pandemia Covid 19, que impediu o lançamento presencial no ano pretérito. A ideia dos autores foi a de celebrar, com a obra, o sesquicentenário de nascimento do alagoano de Pão de Açúcar que veio ao mundo em 15 de junho de 1870 e passou a maior parte da sua vida em Sergipe, onde deixou uma prole presente, com importante liderança na vida local. Jornalista, livreiro, empresário, professor, gestor, intelectual da Educação e político, Antônio Xavier de Assis foi intendente de Aracaju, além de haver exercido a importante função pública de Inspetor de Ensino. Viveu aqui até morrer, no dia 21 de novembro de 1939. O livro, uma brochura de 303 páginas, no formato 15 X 21cm, tem a chancela da Editora Diário

OS FRANCISCANOS E O ESCOTISMO NO BRASIL

                                               Foto: acervo Frei Leandro Costa     Rubem Tadeu Perlingeiro*     O Dirigente Escoteiro Luiz Custodio G. Dias fez uma interessante pesquisa sobre a participação dos franciscanos no Movimento Escoteiro, mais especificamente na cidade de Petrópolis (RJ). De acordo com Luiz Custodio, jovens estudantes do Instituto Teológico Franciscano (ITF), que, naquele momento, funcionava na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, iniciaram, em 1965, as atividades do Clã Universitário João XXIII, assim chamado em homenagem ao Papa falecido dois anos antes. Entre os incentivadores do novo Clã, estavam os Freis Paulo Evaristo Arns (posteriormente, Cardeal Arcebispo de São Paulo) e Fernando Antônio Figueiredo (atual Bispo emérito de Santo Amaro-SP). Ambos, à época, professores do ITF. Com as atividades em crescimento junto à Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, criou-se, a partir do Clã, o Grupo Escoteiro João XXIII, numeral 35 da Região Escoteira do Rio de Jan

O NARRADOR*

                                                Bonnie e Clyde     Jorge Carvalho do Nascimento**     Marciano era sempre o primeiro a chegar. Cara redonda e tez amarelada com manchas na pele, cabelos pixaim, a proeminente barriga d’água e canelas muito finas que combinavam com braços esquálidos. Eram visíveis as marcas da subnutrição dadas pela pobreza dos meninos que lutavam para sobreviver no chamado bairro de São José. Em 1969, o aglomerado urbano ainda tinha ares de zona rural e, aos poucos, as invasões de terrenos e os loteamentos baratos permitiam ver os arruamentos que se formavam, embora aquela comunidade de pescadores pobres à margem do rio Jaguaribe, em João Pessoa, a bela capital do Estado da Paraíba, ainda tivesse características de zona rural. Sentado sob a oscilante e fraca luz de um dos poucos postes de iluminação elétrica daquilo que os moradores do São José chamavam de praça, Marciano folheava um gibi do Fantasma, encantado com as aventuras do herói defensor do povo a