Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2020

O ECONOMISTA IRRITADO

                                                  Orlando Dantas     Jorge Carvalho do Nascimento*     Um qualificado texto do querido amigo Paulo Roberto Dantas Brandão lembrou, na data de hoje, 28 de setembro de 2020, o centésimo vigésimo aniversário de nascimento do seu avô, o jornalista Orlando Dantas. Com toda certeza, Orlando Dantas merece dos sergipanos todas as homenagens. O maior e mais importante jornalista de toda a História de Sergipe, Orlando Dantas foi, como afirma Paulo Brandão, uma figura que se diferenciou e inovou ao longo de toda a sua vida. Afinal, o filho de uma conservadora família de senhores de engenho teve a ousadia de romper com as tradições e construir trilhas distantes das tradições da VIDA PATRIARCAL EM SERGIPE – título que deu a um dos mais importantes dentre os muitos livros que escreveu e publicou.  Ninguém seria capaz de imaginar que o intrépido herdeiro, neto do Comendador Francisco Correia Dantas (um dos homens de maior riqueza em Sergipe, no século X

A ENTREVISTA DE ALMIR

      Jorge Carvalho do Nascimento     No dia 23 de março de 2018 eu e Almir Garcez estávamos na cidade de Indiaroba, terra natal do meu pai, Antônio, e da minha avó Maria. Eu estava muito feliz e Almir compartilhava comigo daquela felicidade. Fui receber o título de cidadão daquele município. Os vereadores expressaram a gratidão daquela comunidade pelo fato de se haver ali implantado o Centro de Excelência Arquibaldo Mendonça, escola de ensino médio integral que transformou a formação escolar da juventude local, mudando os seus hábitos e fazendo com que tomassem gosto pela escola e pelos estudos. O sucesso da experiência levou o Arquibaldo Mendonça a se transformar num polo regional de referência. Não apenas os jovens de Indiaroba passaram a buscar matrícula na instituição. Também, a cada ano, aparecem manifestações de interesse da juventude da vizinha cidade baiana de Jandaíra e de municípios sergipanos fronteiriços como Umbaúba e Santa Luzia do Itanhy. Nunca esqueci daquela manhã de

PARA ONDE VAI A COLUNA SOCIAL? XXIII

                                                          Sacuntala Guimarães   Jorge Carvalho do Nascimento*     É mundial o fenômeno de redução do impacto da mídia impressa, da TV e do rádio, pari-passu ao crescimento da importância das plataformas multimídia, especialmente das chamadas redes sociais. A este processo estão submetidos os colunistas sociais em atividade no Brasil, aí incluídos os que atuam no Estado de Sergipe. Talvez, uma das exceções a este processo seja a colunista social Thais Bezerra, que depois de 42 anos de atividade continua publicando o seu caderno semanal no Jornal da Cidade, em Aracaju, liderando as vendas da mídia impressa no Estado de Sergipe e mantendo um público leitor fiel que se renova anualmente e incorpora parcelas significativas de leitores jovens. Por esta razão, a jornalista Madalena Sá, também colunista social, coloca o nome de Thais Bezerra como o mais importante em toda a história do colunismo social em Sergipe e um dos mais importantes dentr

PARA ONDE VAI A COLUNA SOCIAL? XXII

                                              Leo Dias     Jorge Carvalho do Nascimento*     Estamos vivendo um tempo de subcelebridades. Na opinião da colunista social Madalena Sá, pessoas destituídas de conteúdo mais sólido, por algum tipo de carisma, conquistam seguidores nas redes sociais, na internet, e repentinamente todos estão querendo saber o que aquela figura anda fazendo. No entendimento de Madalena esta é uma das dificuldades marcantes para aqueles que fazem coluna social contemporaneamente. Fenômeno criado pela realidade das plataformas multimídia que reduziram o poder dos jornais e revistas, tiram prestígio das emissoras de TV e rádio. Madalena analisa a realidade do tempo presente no colunismo social de Sergipe, dizendo que “as duas mais bombadas de Sergipe em termos de internet, de blogueiragem, são Sheila Raquel e Sol Meneghni, lembradas a cada momento nas redes sociais”. Prossegue dizendo que “no Brasil tem uns Pôncios que fazem sucesso, mas ninguém sabe porque eles f

A ESCOLA CONTRAMINADA

      Jorge Carvalho do Nascimento*     “O acesso a uma boa Educação é um direito de todos. Não deveria ser um PREVILÉGIO”. Entusiasmado, o jovem e bem falante Onildo iniciou assim o seu discurso de colação de grau na Faculdade de Direito do Crato, no Estado do Ceará. Era o orador da turma, muito popular entre os colegas desde que ingressara no curso Ao mudar do pequeno distrito de Veado Velho, onde nascera, no diminuto município de Novo Oriente, Onildo Ferreira Farias ganhou dos novos amigos da Faculdade o irônico apelido de OFF (as iniciais do seu nome), uma forma que encontraram de debochar do seu hábito de falar pelos cotovelos e dominar todas as rodas de conversa das quais participava. Mesmo assim, OFF era até aquela ocasião em que colava grau o cidadão de Veado Velho que mais avançara nos estudos, apresentado na sua terra natal como exemplo de rapaz pobre que venceu na vida, não obstante ser filho de uma família de pequenos sitiantes dedicada ao plantio de pastagens para alimenta

PARA ONDE VAI A COLUNA SOCIAL? XXI

      Jorge Carvalho do Nascimento*     Que tipo de relacionamento existiu entre colunistas sociais e líderes políticos? Para a maior parte das pessoas era muito evidente a relação entre os jornalistas que faziam coluna social e empresários que desejavam ter os seus negócios divulgados, que aspiravam o sucesso de um determinado produto. E quanto a políticos? Não era comum a discussão do relacionamento entre colunistas sociais e chefes políticos. Porém, tais relações eram mais recorrentes do que se imagina. Muitas vezes, o chefe político buscava se cercar de jornalistas tanto para promover a si quanto para tolher o crescimento da boa imagem dos seus adversários. O espaço da coluna social foi utilizado reiteradas vezes nesse tipo de trabalho, com o estabelecimento de relações que nem sempre se estabeleciam à luz do dia. Em outras situações, os contratos eram pactuados formalmente, principalmente quando o líder político pretendia associar a sua imagem com a do colunista social, aproveitan

PARA ONDE VAI A COLUNA SOCIAL? XX

                                              Madalena Sá     Jorge Carvalho do Nascimento*     Do ponto de vista das empresas jornalísticas, se as colunas assinadas ajudavam a vender jornais e anúncios, elas também faziam com que o jornal ou outro veículo qualquer que fosse perdesse o controle daquilo que publicava, uma vez que os colunistas organizavam as suas próprias equipes de reportagem, terceirizando nas redações o trabalho que era feito pelos repórteres. Para o colunista, o jornalismo de assinatura tinha os seus problemas, como qualquer outra atividade que envolvia um alto grau de confiança pessoal, como médicos ou advogados. Credibilidade e ética eram dois elementos chave, capazes de determinar o êxito ou o fracasso de uma marca jornalística. Mas, eram elementos que muitas vezes também acabavam atropelados na guerra pela sobrevivência dentro de um mercado ferozmente competitivo. O trânsito no high society muitas vezes acontecia sem que os indivíduos fossem, necessariamente, d

PARA ONDE VAI A COLUNA SOCIAL? XIX

      Jorge Carvalho do Nascimento*     O Brasil do século XX foi uma sociedade na qual muitos indivíduos já estavam dispostos a exibir publicamente a sua intimidade. Alguns por serem ricos e nascidos em famílias que mantinham o poder econômico ao longo de algumas gerações. Outros, por considerarem necessário parecer com os chamados “ricos e bem nascidos”, exibindo-se socialmente como forma de buscar um destacado espaço de legitimação social e reconhecimento. Um processo de exposição que subverteu o conceito de invasão de privacidade. Em alguns casos de pessoas que apareciam em colunas sociais, não foram aquelas as pessoas que tiveram a sua privacidade invadida pelos colunistas. Foi a privacidade daquelas pessoas que invadiu a vida dos leitores, mesmo sem a aquiescência deles. Todos os leitores foram transformados em consumidores compulsórios de um espetáculo armado à revelia deles, em relação ao qual, certamente, não houve nenhum tipo de interesse. Muitas pessoas que asc

ENSINO MÉDIO E POLÍTICA DE ESTADO

      Jorge Carvalho do Nascimento*     Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB 2019 divulgados hoje pelo Ministério da Educação apontam que a tendência de aperfeiçoamento do Ensino Médio do Estado de Sergipe, inaugurada pelo ex-governador Jackson Barreto, se encarada como política de Estado é perfeitamente sustentável e garantirá um melhor futuro aos nossos jovens. Neste sentido, merecem aplausos não apenas o ex-governador Jackson Barreto, por haver enfrentado todas as resistências e implementado tal política, como também o atual governador, Belivaldo Chagas, e o seu secretário da Educação, Josué Modesto, pelo fato de entenderem haver Jackson inaugurado uma política de Estado sustentável e duradoura. Para isto, é necessário que os técnicos e professores que a gerenciam continuem a receber as mesmas condições oferecidas no período de 2015 a 2018. Foi ousado o gestor Jackson, ao apostar no Ensino Médio Integral. Agora, foi possível aferir e confirmar o acert