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FEIRA DE SANTANA É O BERÇO DO MODERNISMO NA BAHIA

FEIRA DE SANTANA E O MODERNISMO NA LITERATURA DA BAHIA

  Jorge Carvalho do Nascimento     Cristiane de Magalhães Porto é baiana de São Gonçalo dos Campos. Migrou para Feira de Santana aos quatro anos de idade e fez daquela cidade a sua pátria. Na idade adulta, já reconhecida profissionalmente, se transferiu para o Estado de Sergipe e se transformou em importante professora e pesquisadora dos cursos de mestrado e doutorado em Educação da Universidade Tiradentes. Doutora em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia, Cristiane é pesquisadora com bolsa de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Autora de vasta bibliografia, Cristiane acaba de assinar uma nova publicação que começou a circular este ano pela Editora Universidade Estadual da Paraíba – Eduep com o título POÉTICA & MEMÓRIA: O PARNASIANISMO E A GUERRA DE PALAVRAS. Em 123 páginas nas quais advoga ser a cidade de Feira de Santana o berço do Modernismo na literatura baiana, Cristiane se debruça sobre os poeta...
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O TERREMOTO DE POMBAL

    Jorge Carvalho do Nascimento     - Sepultar os mortos, cuidar dos enfermos e reconstruir a cidade. Esta foi a frase de Pombal, em 1755, depois do terremoto de Lisboa. Assim falou o erudito padre Velasco, enquanto sorvia com prazer e volúpia uma caneca de chope no Bar do Vesúvio. Era ali que ele e outros amigos costumavam se reunir para o bate papo no final da tarde desde que ele mudara para cidade, assumindo a concorrida paróquia de São Jorge dos Ilhéus. Velasco era bem formado. Bacharel em Direito e atuante advogado com reconhecida liderança na Ordem dos Advogados do Brasil baiana. Professor de Direito Constitucional na Universidade Estadual de Santa Cruz – a UESC era também um importante gestor público. Autor de muitos livros, ocupava uma das cadeiras da Academia de Letras da Bahia. Poesia, romance, ensaios de Sociologia Jurídica. Indiscutivelmente, escrever sobre História era uma das suas predileções. Sentado ao seu lado, taça de vinho tinto português de boa s...

AS MARCAS DE UM DIA TRISTE

Por Jorge Carvalho do Nascimento Dia muito triste. Acordei com a notícia da morte da querida amiga jornalista YARA BELCHIOR. O dia estava se encerrando e me chega a notícia da morte da professora CARMELITA PINTO FONTES. A professora partiu aos 92 anos de idade. Foi uma importante poetisa, jornalista, contista, cronista e teatróloga. Publicou muitos textos em jornais sob o pseudônimo de GRATIA MONTAL. Laranjeirense, teve uma longa carreira docente na área de Literatura, atuando na Faculdade Católica de Filosofia e no Departamento de Letras da Universidade Federal de Sergipe. Era membro da Academia Sergipana de Letras. Triste 06 de outubro de 2025.  

A AUSÊNCIA DE YARA

    Jorge Carvalho do Nascimento     Ouvindo o noticiário da TV Sergipe na manhã desta segunda-feira, seis de outubro de 2025, tomei conhecimento da morte da jornalista Yara Belchior. Amiga muito querida, Yara passou a infância e a adolescência na zona norte de Aracaju, entre os bairros Dezoito do Forte e Santo Antônio. Fomos vizinhos. Aportou por aqui ainda criança, por volta dos oito anos de idade, acompanhando os pais José de Sá e Gedalva que migraram de Salvador para Aracaju, seguindo os passos dos demais núcleos da sua grande família que tem origens no sertão do Estado de Sergipe, mais precisamente na região de Porto da Folha. À medida que os anos passaram, a menina sapeca Yara se transformou numa adolescente viçosa, numa moça muito bonita, numa mulher exuberante., estudiosa, inteligente, numa militante política comprometida que sabia liderar. Encarnou compromissos sociais, tomou posição ideológica e se fez quadro do movimento estudantil quando ingressou na Univ...

A MATURIDADE DA PESQUISA EM HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA

    Jorge Carvalho do Nascimento     Na década de 80 do século XX eu era professor do Departamento de Filosofia e História da Universidade Federal de Sergipe. Dentre as disciplinas que estavam sob a minha responsabilidade, Introdução à Filosofia era obrigatória para todos os estudantes que ingressavam nos cursos de Licenciatura da UFS. Numa das turmas estava um aluno franzino, curioso, inquieto e perguntador. Questionava tudo. Eu, não obstante ser mais velho que ele, já o conhecia. Passamos a infância vivendo nos bairros da zona norte da cidade de Aracaju e Amarílio Ferreira Neto era amigo da minha família e conhecia minha mãe, meu pai, meus irmãos e minhas irmãs. Estudioso, Amarílio conquistou a minha simpatia de professor e, a partir daquela sala de aula, cultivamos uma bela amizade. Eu prossegui com a minha carreira acadêmica como professor e pesquisador da Universidade Federal de Sergipe, enquanto o meu aluno, depois de colar grau em Educação Física, fez mestrado...

O EVERALDO QUE EU CONHECI

                                                                Everaldo Aragão     Jorge Carvalho do Nascimento     Em agosto de 1975 fui procurado pelo meu inesquecível amigo Luiz Antônio Barreto para uma conversa. À época, Luiz exercia o cargo de chefe da Assessoria para Assuntos Culturais da Secretaria da Educação e Cultura do Estado de Sergipe e eu trabalhava como redator de noticiários da TV Atalaia, o recém inaugurado Canal 8. Luiz me fez um convite para uma visita ao Secretário da Educação e Cultura do Estado de Sergipe, Everaldo Aragão Prado. Eu não o conhecia pessoalmente. Como jornalista, eu sabia dele na condição de personalidade pública. A sua fama era de homem carrancudo, muito sisudo e rigoroso. Fiquei surpreso com o convite. Não entendi porque poderia haver da parte de Everaldo interesse em faz...

A HISTÓRIA NA OBRA DE LÍGIA PINA

  Jorge Carvalho do Nascimento     A História foi sempre o campo especializado de trabalho da professora Maria Lígia Madureira Pina e também a marca distintiva da sua atividade intelectual. A professora, literata, poetisa, contista, romancista e teatróloga nascida em 1925 viveu até 2014 estudando, pesquisando e escrevendo sobre História. A aracajuana veio ao mundo num dia 30 de setembro. Era a terceira filha de Affonso Pina e Alexandrina Madureira Pina e fez uma bem sucedida carreira docente como professora de História Universal do Colégio Estadual Atheneu Sergipense e do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Sergipe, onde ingressou em 1967 e atuou até a sua aposentadoria em 1991. Como professora do Instituto de Educação Rui Barbosa, a escola normal pública de Sergipe, lecionou História, Geografia e Psicologia da Educação, tendo atuado ainda como professora de História e Geografia do Colégio Nossa Senhora de Lourdes, que até a década de 70 do século XX era o pri...

CHICO PADRE, O DFH E O DHI

  Jorge Carvalho do Nascimento     Quando eu ingressei na carreira docente da Universidade Federal de Sergipe, em 1988, havia um único Departamento, o DFH - Departamento de Filosofia e História que abrigava esses dois importantes campos especializados das Humanidades – a Filosofia e a História. Lembro-me do Concurso Público que prestei para a disciplina História da Educação, cuja vaga ficou aberta com a aposentadoria de dois professores que sempre atuavam oferecendo turmas da disciplina: Juan Jose Rivas Pascua e Luiz Rabelo Leite. Com a saída de Rivas e de Luiz Rabelo, a História da Educação ficou sob a responsabilidade do Padre Caldas (não recordo o seu prenome), professor substituto que morreu tragicamente atropelado por um ônibus enquanto atravessava a avenida Rio Branco, em Aracaju. Da banca do concurso para a disciplina História da Educação que me examinou participaram os professores José Paulino da Silva, Terezinha Alves de Oliva, Maria de Fátima Monte Lima, Antônio...

O LEGADO DE DARCY VARGAS: DO ASSISTENCIALISMO DE ONTEM ÀS BOLSAS DE HOJE*

                                                      Nilson Socorro     Nilson Socorro**   Se não tivesse tido seu fim decretado numa das primeiras canetadas do então presidente Fernando Henrique Cardoso, logo após a posse, no primeiro mandato, em 1º de janeiro de 1995, a Legião Brasileira de Assistência – LBA - estaria hoje completando 83 anos. Criada em 28 de agosto de 1942, pela então primeira-dama do País, Dona Darcy Vargas, esposa do presidente Getúlio Vargas, para amparo as famílias dos soldados brasileiros que nos campos de batalha da Europa, lutavam na Segunda Guerra Mundial. Nascida na guerra, a LBA continuou na paz, sem dar trégua a motivação do nascedouro: a assistência social a família, em especial, as mulheres e as crianças.   Nesse contexto, e ao longo dos 52 anos de existência, se consolidou como a principal ...

O TABU DE MATHEUS BATALHA

    Jorge Carvalho do Nascimento     As adversidades não podem sufocar o amor.  Todavia, é muito difícil evitar a autocensura e a autoamputação sentimental quando o infortúnio nos bate à porta. Este é o foco que move o discurso ficcional de Matheus Batalha em TABU, o seu primeiro romance, ambientado na década de 70 do século XX, em Sergipe, sob a plenitude efervescente da ditadura militar que sufocou o Brasil durante 20 anos, a partir de 1964. Matheus nos conta a história de uma mulher corajosa que ama a liberdade, ama a vida, ama as pessoas Conheço o escritor Matheus Batalha desde sempre. Fui amigo do seu pai, já falecido, o músico Alberto Teixeira Nery. Agora, aos 44 anos de idade, Matheus é escritor e professor do Departamento de Educação da Universidade Federal de Sergipe. Doutor em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia, o escritor foi premiado pelo Fundo de Inovação da Casa Branca, nos Estados Unidos da América, e trabalhou como Professor Visitante ...