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Mostrando postagens de junho, 2020

A REDESCOBERTA DOS LIVROS DA BIBLIOTECA DE SÍLVIO ROMERO III

    Prof. Dr. Jorge Carvalho do Nascimento*     O trabalho mais antigo dentre os que integram o acervo de Sílvio Romero (foto) foi publicado em 1802. Os mais recentes são dois livros adquiridos em 1914, ano da sua morte. Nesse intervalo de tempo que vai de 1802 a 1914, o ano em relação ao qual existe a maior quantidade de registros de livros publicados é o de 1911 – 13 trabalhos. No acervo, todavia há pelo menos uma ausência digna de registro. Trata-se do livro do fisiologista e reitor da Universidade de Berlim, Du Bois-Reymond, publicado em 1867 sob o título L’enseignement au point de vie national. O texto do intelectual alemão tomara como base uma conferência que este fizera sob o título de “História da civilização e da ciência”. Nele o autor brasileiro localizou os argumentos teóricos que esgrimiu no seu mais importante trabalho a respeito da educação “Notas sobre o ensino público”. Jackson da Silva Lima catalogou as marcas e anotações deixadas pelo leitor Sílvio Romero nos livros

A REDESCOBERTA DOS LIVROS DA BIBLIOTECA DE SÍLVIO ROMERO II

    Prof. Dr. Jorge Carvalho do Nascimento*     Sílvio Romero iniciou a sua vida intelectual combatendo o ecletismo espiritualista e a metafísica, para em seguida incorporar as ideias de Augusto Comte. Rompeu com o Positivismo alguns anos depois, fazendo com que a sua obra fosse frequentemente contestada por vários intelectuais positivistas. Via no positivismo um sistema tumular que encarcera consciências através de um catecismo feroz e agressivo, sem qualquer vinculação com a índole nacional. Como a maior parte dos intelectuais da Escola do Recife, Sílvio Romero compôs o núcleo central da sua visão de mundo a partir de leituras monistas e evolucionistas, principalmente a partir das leituras atentas que fez do pensamento de Wolf, Ernest Haeckel, Ludwig Noiré, Charles Darwin e Herbert Spencer. Foi com os monistas e os evolucionistas que Romero aprendeu a criticar o Positivismo e a ao mesmo tempo assumir a defesa das ideias materialistas, tomando uma posição anticlerical e de

REFLEXÕES SOBRE A DIDÁTICA- QUARTA CONVERSA

Fundamentos teóricos e filosóficos que orientam o discurso da Didática, as práticas de ensinar e aprender que são institucionalmente aceitas. A Didática e as Pedagogias Ativas. A Escola Nova norte-americana e a Didática no Brasil.

BOURDIEU E O DOUTORADO DE DECOTELLI

    Jorge Carvalho do Nascimento*     Tem 36 anos que o sociólogo francês Pierre Bourdieu publicou HOMO ACADEMICUS, o ensaio no qual demonstrou aprofundadamente a constituição do campo acadêmico e as lutas de natureza política e, também econômica, entre professores universitários, cientistas, pesquisadores, enfim todos aqueles que utilizam os diplomas universitários como forma de acumular capital cultural que é, em última análise, poder sob a forma de capital simbólico. Quando o trabalho de Bourdieu chegou ao Brasil em 2011, o ano de 1984 já estava distante e o próprio autor do texto já havia morrido, em 2002. Mas, as conclusões do HOMO ACADEMICUS continuavam (como continuam) válidas e atuais.   Os intelectuais continuam seduzidos e tentando seduzir em face da ostentação de títulos de mestrado, doutorado e pós-doutoramento que nem sempre obtiveram. Ou que obtiveram, sem que o acervo de saberes dominados sirva para dar conteúdo ao diploma. Ostentar títulos inexistentes é um

O IMPÉRIO PORTUGUÊS - CENTRALIDADES E PERIFERIAS

Conferência da Profa. Dra. Maria de Deus Manso. Abertura das comemorações do Bicentenário da Emancipação Política do Estado de Sergipe, organizadas pela Assembleia Legislativa. A conferencista é professora da Universidade de Évora, em Portugal. A sessão foi realizada no dia 17 de fevereiro de 2020, no auditório Francisco Passos, da Escola do Legislativo - Elese. A conferência foi gravada pela TV Alese.

A REDESCOBERTA DOS LIVROS DA BIBLIOTECA DE SÍLVIO ROMERO

  Jorge Carvalho do Nascimento*   Tem 25 anos que foi redescoberta, reorganizada e colocada à disposição dos pesquisadores, a biblioteca que pertenceu a Sílvio Romero. Todavia, até agora ela foi objeto de poucas análises, dentre as quais destaco os estudos realizados pela pesquisadora Cristiane Vitório. Os livros de Romero são reveladores de muitas dimensões dos estudos realizados por aquele importante intelectual brasileiro, nascido na cidade sergipana de Lagarto, em 1851. O pioneiro das investigações nos livros de Sílvio foi Jackson da Silva Lima, que fez um trabalho preliminar sobre aquele acervo. Os livros que pertenceram a Sílvio Romero foram adquiridos pelo Governo do Estado de Sergipe em 1918, quatro anos após a sua morte. A fim de orientar e avaliar o material, o presidente do Estado nomeou uma comissão composta pelo senador José Joaquim Pereira Lobo, Maurício Gracho Cardoso e o filho de Sílvio, Nelson Romero. Os 1919 volumes custaram quatorze contos de réis e foram ent

SOMESE - ANO 83

Homenagem a Sociedade Médica de Sergipe por contribuir durante 83 anos com os estudos sobre História da Saúde Pública e História da Medicina em Sergipe e no Brasil.

REFLEXÕES SOBRE A DIDÁTICA - TERCEIRA CONVERSA

Discussão sobre a Didática e as Pedagogias Não Diretivas.

REFLEXÕES SOBRE A DIDÁTICA - SEGUNDA CONVERSA

Nova conversa sobre a Didática. Os diferentes debates sobre esta disciplina científica no Brasil. A Didática e a História dos Métodos de Ensinar e Aprender.

REFLEXÕES SOBRE A DIDÁTICA

O discurso contemporâneo da Didática nas instituições de ensino superior brasileiras.

UM PEQUENO TRIBUTO À MEMÓRIA DE BADEN-POWELL

  Rubem Perlingeiro*   Uma das repercussões do movimento antirracista que se seguiu ao assassinato de George Floyd é o aprofundamento do debate sobre como e às margens de quem a História é contada.   Estátuas de escravocratas, generais confederados e colonizadores foram derrubadas por manifestantes que as veem como símbolos de dominação, genocídio e violência, reverberando uma antiga demanda para que as visões dominantes do passado sejam revistas. Até mesmo Robert Baden-Powell, fundador do Movimento Escoteiro, tornou-se alvo desses protestos, com manifestações para a retirada de sua estátua em Poole Quay, no sul da Inglaterra, sob insinuações de que ele teria sido racista, e simpatizante do fascismo e do nazismo. Quanto a essas insinuações, recomendo a leitura da matéria publicada no site da BBC (link disponível em https://www.bbc.com/news/uk-england-dorset-53007902). Tim Jeal, o principal biógrafo de Baden-Powell, não ligado ao Movimento Escoteiro e, portanto, desprovido d

ESCOTISMO - 110 ANOS NO BRASIL

Conversando sobre a História movimento escoteiro no Brasil. Um grupo de pesquisadores da História do Escotismo troca ideias sobre o lord Baden-Powell, fundador do Escotismo. Também discutem sobre os fundamentos da Pedagogia do Escotismo. Refletem sobre os fundamentos pedagógicos do Escotismo como associação voluntária e forma de Educação extra-escolar que estimula o aprendizado do autogoverno entre os jovens.

ESCOTISMO BRASILEIRO

Jorge Carvalho do Nascimento*   No dia 14 de junho de 1910, o movimento escoteiro chegou ao Brasil. 110 anos depois, o Escotismo continua vivo e ostentando a condição de um movimento de Educação extraescolar fundamentado na Pedagogia Ativa que fascina crianças, adolescentes e jovens. Para o fundador do movimento escoteiro, general Robert Baden-Powell, a Educação seria o meio mais eficaz para formar o novo cidadão que ele vislumbrava necessário, em 1907. O Escotismo mobilizou, além dos princípios religiosos, ideais democráticos que tinham o indivíduo como centro de interesse e a sociedade como objetivo-meio para o bem estar individual e a prosperidade social. Os objetivos do projeto de Educação gestado por Baden-Powell consistiam em ensinar o menino a amar a Deus, ao seu país e dedicar-se ao trabalho. A Pedagogia escoteira procurou unir fé e razão, com a missão de formar homens tementes a Deus e verdadeiros cidadãos. Essa era uma característica das propostas educativas daquele per

VISÕES DO CAMINHO

Paisagem - Rodovia BR 242 - Chapada Diamantina - Seabra - Bahia - Brasil - 20.02.2020 #brasil #bahia #seabra #chapadadiamantina #br242 #rodoviabr242 (Foto by Jorge Carvalho)

NOITES SEM FOGUEIRA

    Jorge Carvalho do Nascimento*     Vivi na cidade de São Paulo a minha primeira festa junina sem fogueira. Havia acabado de chegar a pauliceia para fazer um curso de Especialização pela Unicamp e logo depois um Mestrado pela PUC. Até então vivera em três cidades. Os quatro primeiros anos depois de nascido, em Salvador; um ano no Rio de Janeiro e 21 anos em Aracaju. Aos 26 anos de idade, chegando em São Paulo para estudar, a arrogância juvenil me convencera ser possuidor de uma inteligência privilegiada. O dia-a-dia na maior cidade do país ia me expondo ao estranhamento cultural. A enorme carga de preconceitos dos paulistanos contra os nordestinos se encarregava de ancorar ao rés do chão o meu ego excessivamente inflado. Os choques culturais me assustavam tanto quando eu era perguntado se em Aracaju havia ensino superior quanto ficava perplexo com o meu olhar de deslumbramento extasiado e indignado nas feiras livres que eu passei a frequentar no bairro de Pinheiros, onde

CIDADE MURADA

A cidade murada é o coração de Cartagena das Índias, o seu centro histórico. Atrás dos muros da cidade estão casarões coloniais, sacadas floridas e ruas estreitas que costumavam fervilhar cheias de turistas, antes que se instalasse no mundo a Pandemia da Covid 19. A cidade de Cartagena, fundada em 1533, foi desde sempre um importante porto comercial, que nos séculos XVI, XVII e XVIII era objeto do desejo de piratas e conquistadores estrangeiros, interessados em pilhar as riquezas da colônia espanhola. 

MAPA UNIVERSAL - 1509

A partir do século XVI se intensou a representação do planisfério, em mapas universais ou mapas mundi.. Este apresentado acima, fotografei no acervo do Convento Santa Cruz de La Popa, em Cartagena das Índias, Colômbia.  Mapa Mundi - 1509 - Acervo - Convento Santa Cruz de La Popa - Cartagena das Índias - Colômbia #colombia #cartagenadasindias #santacruzdelapopa #convento #acervo #1509 #mapamundi

MEMÓRIAS DA RESISTÊNCIA - ENTREVISTA DE JORGE CARVALHO

Jorge Carvalho concede entrevista a TV Alese. Fala da História do Brasil e discute as questões da política brasileira entre 1964 e 1985. Fala sobre bipartidarismo, Arena, MDB, Atos Institucionais, os senadores de 1974, o senador biônico, campanhas eleitorais, José Carlos Teixeira, Tertuliano Azevedo e Jackson Barreto de Lima. Debate o conteúdo do seu livro Memórias da Resistência.

A PANDEMIA E A VOLTA ÀS AULAS

O DKW DA PROFESSORA

Jorge Carvalho do Nascimento*     Aprendi a dirigir em uma Rural Willys, uma espécie de vovó dos atuais utilitários SUV que tanto sucesso fazem, a exemplo do Tiguan (Volkswagen), do Jeep Compass, Renegade, Tracker e Captiva (Chevrolet), Vitara (Suzuki), Duster (Renault), RAV4 (Toyota), Pajero (Mitsubishi) e tantos outros. A Rural Willys era um veículo pesado, com muita lata, usado na cidade e também em atividades off road, no campo. Encarava o pavimento a paralelepípedos e também ruas e estradas empoeiradas, lamacentas e cheias de pedregulho. Redesenhado em 1960, o modelo mais conhecido da Rural, no Brasil, foi inspirado na arquitetura de Brasília. O motor a gasolina bebia desesperadamente. A que meu pai possuía, comprada de segunda mão, já havia sido muito usada nas suas atividades como mestre de obras. Quando eu tive as primeiras lições de direção, a folga do volante requeria que uns 30 metros antes da esquina você começasse a gira-lo. As direções eram mecânicas e exigiam m

NOVO NORMAL, VELHO NORMAL, NORMAL DE SEMPRE

Conversa de Alexandre Wend ell com Jorge Carvalho sobre o que tem sido chamado por alguns de Novo Normal. São tratados problemas que dizem respeito a Pandemia e suas repercussões na vida social, na Economia, na Educação, nas práticas culturais, no mundo do trabalho. Os problemas são discutidos recorrendo a enfoques sociológicos e antropológicos. Live gravada no Instagram Melhor a Cada Dia, mantido por Alexandre Wendell.

TV SEM TV E TV COM TV

Jorge Carvalho do Nascimento* O dia 15 de novembro de 1971 foi de festa em Sergipe. A inauguração da TV Sergipe mudou radicalmente a vida dos sergipanos. Falo de mudança cultural, alteração nos hábitos, adoção de novas posturas nas relações familiares. A sensação de progresso contida em um caixote de madeira cheio de válvulas que mostrava a sua cara através de um tubo de vidro. A partir daquele dia começou uma febre de venda de televisores. As famílias faziam das tripas coração para colocar em lugar de destaque na sala de visitas de cada residência aquele amontoado mágico de válvulas. Na casa da avó Petrina e da tia Teresinha a TV havia chegado seis anos antes. Pomposa, cheia de charme, ocupava lugar destacado na sala de visitas. Era tão importante que apenas duas mãos dentre as seis que habitavam a residência eram autorizadas a toca-la: as da tia Teresinha. Foram treinadas a fazer o uso correto por um técnico da loja A Curvelo, onde o aparelho foi comprado. Das minhas mãos e das

O SESQUICENTENÁRIO DE ANTONIO XAVIER DE ASSIS

LÉGUA TIRANA

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CARTAGENA DAS ÍNDIAS

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