Jorge
Carvalho do Nascimento*
A
jornalista Lara Aguiar teve a sua primeira experiência de colunista trabalhando
no caderno REVISTA DA CIDADE, publicado na edição dos domingos do JORNAL DA
CIDADE, em Aracaju. A partir do mês de outubro de 2013 ela trabalhou como
repórter, redatora e editora do caderno de 12 páginas.
Lara
substituiu a jornalista que exerceu a editoria anteriormente, depois que esta
resolveu migrar de Aracaju para a cidade do Rio de Janeiro. A REVISTA mantinha
várias seções: Saúde, Animal, Gastronomia, Crianças e Moda, dentre outras. Era
um grande caderno de variedades que reunia leitores com diferentes perfis.
Ademais
havia a colaboração de outros colunistas, como o advogado Fausto Leite,
responsável pela coluna DATA VENIA. A própria Lara Aguiar era também
responsável por um editorial que circulava com o caderno semanalmente.
O
forte do caderno era uma coluna social especial, voltada exclusivamente para a
cobertura da vida social e os negócios dos profissionais da área de saúde,
principalmente médicos e odontólogos. Publicava registros e fazia crônicas de
eventos da área médica e a sofisticação dos serviços e dos profissionais de
saúde, tanto no setor público quanto na medicina privada.
Lara
traça um quadro amplo de tal alcance. “Eu entrevistei pessoas diversas, além
dos médicos. Fonoaudiólogos, fisioterapeutas, dentistas. Foi muita gente, uma
diversidade grande. Eles gostavam de ser entrevistados. Muitos me procuravam
para publicar informações nas quais tinham interesse”.
Isto
não a impedia de publicar notas sociais que se distanciavam da área de saúde,
mas este era o foco da coluna. Também havia um espaço na mesma coluna para
tratar de questões dos gestores e empresários da área da Educação, bem como
outros profissionais e intelectuais. Todavia, outros temas conexos eram também
publicados.
Um
tema que ocupava os espaços da coluna social era o noticiário acerca de festas
e eventos, destacando algumas das chamadas celebridades emergentes. Enfim, tudo
era muito amplo do ponto de vista do conteúdo que se publicava.
Lara
Aguiar revelou em entrevista ao autor do presente texto que o caderno era muito
lido e as demandas que chegavam de pessoas interessadas em temas que gostariam
de ver publicados era intensa. “Chegou a um ponto que eu não precisava mais produzir
pautas. As pautas buscavam a redação do caderno e o meu cuidado era o de ser
seletiva quanto ao que era importante publicar”
Havia
espaços nos quais o caderno publicava textos de jornalistas que distribuíam o
material produzido através de agências que vendiam tal serviço sob a forma de
assinatura. Artigos de fundo analisando temas de ciência, descobertas, novidades
que se identificavam com o escopo do caderno.
Lara
Aguiar afirma que o caderno lhe proporcionou projeção social e vantagens econômicas.
“Editor ganha mais que repórter e isto me beneficiou financeiramente”.
Considera que aquele foi um importante trabalho jornalístico que realizou e que
se ajusta perfeitamente ao que entende ser jornalismo.
“Jornalismo
é a arte de comunicar fatos, assumindo verdades que esclarecem a sociedade
quanto a questões que são de interesse coletivo. Aquilo que os órgãos públicos
estão fazendo, buscando ser o mais correto possível e entregando a verdade dos
fatos. A gente sabe que sempre vai ter uma tendência. A imparcialidade só
existe na teoria que se aprende na faculdade.
Na
prática, a imparcialidade não existe. O que você tem a fazer é narrar os fatos,
mas quando você está narrando já está colocando ali a sua visão de mundo. Mesmo
que seja uma narração objetiva, mas até ao escolher o modo de narrar você já
está colocando a sua visão.
Jornalista
não vai ser perfeito e não vai conseguir entregar uma informação como ela
realmente é. Em algum ponto, a informação é a visão do jornalista. Hoje em dia
nós estamos vendo muito mais a importância da imprensa por causa da questão das
fake news. É incrível como notícias mentirosas se espalham pelos WhatsApp de
pessoas muito maldosas e acabam disseminando coisas fora da realidade.
Na
hora de se informar nós temos que procurar veículos que já estão consolidados
no mercado. Até porque, para exercer a profissão de jornalista atualmente
ninguém precisa ter diploma. Os veículos estabelecidos estão preocupados em não
ter a imagem manchada, até porque vão responder judicialmente quando mentem.
Qualquer
pessoa pode hoje criar um site, no sertão do sertão, falar muita bobagem e
dizer que é jornalista. Por isto não dá para confiar em veículos pequenos,
principalmente em sites. Hoje se tornou mais importante ainda a existência de
veículos e jornalistas qualificados”.
*Jornalista,
professor, doutor em Educação, membro da Academia Sergipana de Letras e
presidente da Academia Sergipana de Educação.
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