Francisco Baptista*
Meu caro
Jorge
Desculpe
só agora estar comentando seu belo livro depois que tão gentilmente me enviou.
Inicialmente pensei que se tratava, sobretudo, do jornalismo sergipano. Como
você sabe deixei minha querida Aracaju em 1959, diria, ainda menino, só retornando
esporadicamente para participar de alguns eventos, que me deu o prazer e honra
de conhecê-lo e tê-lo como amigo.
Convivi
com Luiz Daniel Baronto, amigo de infância, meu vizinho na Rua da Frente (Ivo
do Prado), que morava há poucas casas da minha. Sempre um garoto esperto e
antenado. Não crescemos juntos, mas acompanhei sua vitoriosa trajetória e foi
com alegria vê-lo no seu livro.
Retornando
à sua obra: é uma aula de jornalismo e de história. A forma como relatou o
colunismo social, principalmente em Aracaju, com seus diversos personagens
deu-me a dimensão e importância de tantas figuras com as quais não tive o
prazer de conviver. Fico agradecido pelo brinde, que me deu a oportunidade de
poder retornar no tempo, conhecer pessoas e a uma época que foi uma lacuna na
minha vida.
Como você
enfatiza, colunismo social é jornalismo e eu diria, dos bons. Como em qualquer
atividade, os jornalistas são seres humanos e lembrando o dramaturgo,
jornalista e colunista Nelson Rodrigues: o ser humano é capaz de tudo, até de
uma boa ação. Verifiquei, no seu escrito, que você usou muitas vezes o verbo
dever, certamente para enfatizar como precisa ser exercida a profissão que tem
como objetivo informar: com imparcialidade, veracidade e ética.
Nem
sempre tem sido dessa forma, principalmente quando se usa o artifício das meias
verdades. É importante exercer com cuidado e responsabilidade ao lidar com
informações sobre outras pessoas e evitar participar de fofocas prejudiciais. É
natural a curiosidade pela vida alheia, principalmente de personalidades, as
mais diversas.
Nesse
caso, as informações compartilhadas são geralmente elogiosas, encorajadoras ou
informativas ao contrário dos rumores negativos como a fofoca perniciosa que
envolve frequentemente a disseminação de informações duvidosas, prejudiciais,
difamatórias ou depreciativas sobre uma pessoa.
Você
enfatiza várias vezes que o bom jornalismo busca formas construtivas e
responsáveis de comunicação, além do papel informativo e da relevância
histórica e cultural do colunismo social, aliadas à documentação do estilo de
vida, à política e hábitos da sociedade, principalmente sergipana e disso me
beneficiei ao ler seu livro.
Você é um
mestre, como historiador e, como já fez outras vezes, no resgate da biografia
de Sergipe e dos sergipanos. Muita gratidão pelo presente que me aproximou mais
ainda do meu povo, hoje, tão distante. Desculpe pela extensão do texto, mas não
resisti, enquanto lia o livro, ao encantamento que tomou conta de mim.
Afetuoso
abraço.
*Francisco Baptista
Neto é um médico psiquiatra nascido em Sergipe e graduado pela Universidade
Federal da Bahia. É especializado em Terapia Familiar pelo Hanneman College Philadelfia,
nos Estados Unidos da América. Desde 1978 reside em Florianópolis, no Estado de
Santa Catarina, onde mantém consultório médico.
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